META BACEN MACROECONOMIA: APRESENTAÇÃO
- Jailson Rodrigues
- 31 de mai. de 2024
- 5 min de leitura
Atualizado: 12 de fev.

Nesta série de postagens, vamos estudar Teoria Macroeconômica com base nos tópicos e questões das provas do concurso do Banco Central do Brasil [Cargo 2: Analista - Área 2 - Economia e Finanças].
De acordo com o edital de 2024, abordaremos cerca de 8 matérias temáticas que cobrem os principais assuntos da macroeconomia de curto, médio e longo prazo.
CARGO 2: ANALISTA - ÁREA 2 - ECONOMIA E FINANÇAS MACROECONOMIA (18): 1 Principais modelos macroeconômicos: modelo clássico, modelo novo-keynesiano, modelos de oferta e demanda agregadas; modelos de crescimento; modelos de escolha intertemporal (consumo, investimento, gastos do governo e conta corrente). 2 Política monetária: regras versus discricionariedade; modelos de credibilidade; convencionais e não convencionais; objetivos e instrumentos; regime de metas para a inflação. 3 Política macroprudencial e estabilidade financeira. 4 Política fiscal. Déficit e dívida pública. 5 Modelo de paridade coberta e descoberta de taxa de juros. Modelos de exportação e importação. Regimes cambiais e taxa de câmbio de equilíbrio; termos de troca. Paridade de poder de compra. 6 Curva de Phillips, expectativas racionais e inflação. 7 Teoria dos ciclos econômicos reais. 8 Mercado de trabalho – determinação dos salários no modelo novo-keynesiano e clássico e taxa natural de desemprego (EDITAL Nº 1 – BCB, 2024, p. 35).
Além das matérias temáticas, serão publicadas outras postagens com comentários adicionais, atualidades e dicas de estudo. Essas postagens incluirão mapas mentais, aplicativos de revisão, sugestões de livros e videoaulas, bem como bancos de questões.
1. Principais Modelos Macroeconômicos
Modelo Clássico: Este modelo pressupõe mercados perfeitamente competitivos onde preços e salários são flexíveis, permitindo ajustes rápidos para equilibrar oferta e demanda. Destaca a autorregulação da economia e a eficiência dos mercados.
Modelo Novo-Keynesiano: Introduz rigidez de preços e salários, justificando a intervenção governamental para estabilizar a economia. Considera expectativas racionais e falhas de mercado.
Modelos de Oferta e Demanda Agregadas (AD-AS): Utilizados para analisar o equilíbrio macroeconômico, onde a interseção das curvas de oferta agregada (AS) e demanda agregada (AD) determina o nível geral de preços e a produção.
Modelos de Crescimento: Incluem teorias como o modelo de Solow, que examina os impactos do capital, trabalho e progresso tecnológico no crescimento econômico de longo prazo.
Modelos de Escolha Intertemporal: Analisam como os agentes econômicos tomam decisões ao longo do tempo em relação a consumo, investimento, gastos governamentais e conta corrente.
Bibliografia sugerida: Simonsen e Cysne (2009, ch. 4); Froyen (1999, ch. 3-5); Blanchard (2011, ch. 3-5); Dornbusch, Fischer e Startz (2013, ch. 10); Froyen (1999, ch. 9-11); Blanchard (2011, ch. 6-9); Mankiw (2015, ch. 16-17); Dornbusch, Fischer e Startz (2013, ch. 13-14); Jones e Vollrath (2015, ch's, 2,5, 7 e 9); e Mankiw (2015, ch. 8-9).
Considere as seguintes observações:
As referências seguem a ordem dos tópicos.
Para as referências em vermelho, a leitura é opcional.
Dependendo da versão (edição) utilizada, é provável que haja mudanças na ordem dos capítulos.
2. Política Monetária
Regras versus Discricionariedade: Debate sobre a aplicação de regras fixas para condução da política monetária versus a utilização de discricionariedade para responder a condições econômicas específicas.
Modelos de Credibilidade: Focam na importância da consistência e previsibilidade das políticas monetárias para manter a confiança dos agentes econômicos.
Política Monetária Convencional e Não Convencional: A política convencional utiliza instrumentos tradicionais como a taxa de juros, enquanto a não convencional envolve medidas como a flexibilização quantitativa (quantitative easing).
Objetivos e Instrumentos: A política monetária visa controlar a inflação, reduzir o desemprego e estabilizar o crescimento econômico. Os instrumentos incluem taxa de juros, operações de mercado aberto e reservas obrigatórias.
Regime de Metas para a Inflação: Sistema em que o banco central se compromete a manter a inflação dentro de uma faixa determinada, utilizando ferramentas de política monetária.
Bibliografia sugerida: Blanchard (2011, ch. 25) e Froyen (1999, ch. 19).
3. Política Macroprudencial e Estabilidade Financeira
Focada em prevenir crises financeiras sistêmicas através de regulamentações e supervisão do sistema financeiro. Inclui medidas como requisitos de capital para bancos, controle de alavancagem e gerenciamento de riscos sistêmicos para assegurar a estabilidade financeira.
Bibliografia sugerida: Blanchard (2011, ch. 28).
4. Política Fiscal: Déficit e Dívida Pública
A política fiscal envolve o uso de gastos governamentais e tributação para influenciar a economia. O déficit orçamentário ocorre quando os gastos excedem as receitas, levando ao aumento da dívida pública. A sustentabilidade das finanças públicas e a gestão da dívida são cruciais para evitar crises fiscais.
Bibliografia sugerida: Blanchard (2011, ch. 26) e Froyen (1999, ch. 18).
5. Modelos de Paridade e Regimes Cambiais
Paridade Coberta e Descoberta de Taxa de Juros: A paridade coberta considera a relação entre taxas de juros domésticas e internacionais ajustadas pelo câmbio futuro, enquanto a descoberta baseia-se na expectativa de variações cambiais.
Modelos de Exportação e Importação: Analisam como variáveis macroeconômicas, como taxa de câmbio e renda nacional, afetam o comércio internacional.
Regimes Cambiais e Taxa de Câmbio de Equilíbrio: Diferentes sistemas de câmbio (fixo, flutuante) e a determinação da taxa de câmbio que equilibra o mercado de divisas.
Termos de Troca e Paridade de Poder de Compra: Os termos de troca referem-se ao valor relativo das exportações em comparação com as importações, enquanto a paridade de poder de compra (PPP) mede o valor relativo de diferentes moedas baseado no custo de uma cesta de bens.
Bibliografia sugerida: Dornbusch, Fischer e Startz (2013, ch. 12) e Blanchard (2011, ch. 17-20).
6. Curva de Phillips, Expectativas Racionais e Inflação
A Curva de Phillips descreve a relação inversa entre inflação e desemprego. Expectativas racionais implicam que os agentes econômicos utilizam todas as informações disponíveis para formar expectativas sobre o futuro. Essas expectativas influenciam a inflação e as políticas monetárias.
Bibliografia sugerida: Blanchard (2011, ch. 8-9); Simonsen e Cysne (2009, ch. 12) e Froyen (1999, ch. 11).
7. Teoria dos Ciclos Econômicos Reais
Esta teoria sugere que flutuações econômicas são causadas por choques tecnológicos e mudanças nas condições reais da economia, em vez de variações na demanda agregada. Argumenta que essas flutuações são respostas eficientes às mudanças econômicas.
Bibliografia sugerida: Froyen (1999, ch. 12-13)
8. Mercado de Trabalho: Determinação dos Salários e Taxa Natural de Desemprego
Determinação dos Salários: Diferenças entre os modelos clássico e novo-keynesiano na formação dos salários. O modelo clássico assume flexibilidade total, enquanto o novo-keynesiano considera rigidez e fricções no mercado de trabalho.
Taxa Natural de Desemprego: Refere-se ao nível de desemprego que ocorre quando a economia está em equilíbrio, considerando fatores como fricções no mercado de trabalho e rigidez salarial.
Bibliografia sugerida: Blanchard (2011, ch. 6).
Esses tópicos fornecem uma base sólida para compreender as dinâmicas macroeconômicas e as ferramentas utilizadas para a gestão econômica, essenciais para a análise e formulação de políticas econômicas eficazes. Além disso, embora o foco seja a prova do BACEN, esses assuntos também podem ser aplicados em outros concursos, inclusive no exame da Associação Nacional dos Centros de Pós-Graduação em Economia (ANPEC).
Observe que o conteúdo é bastante extenso, e estamos considerando apenas a prova de macroeconomia. No entanto, é importante ter em mente que nenhum processo seletivo será fácil. É essencial criar um plano de estudo eficiente, mantendo foco e persistência ao longo da preparação.
Como mencionado no início do texto, nesta série, forneceremos diversas dicas de estudo e resolução de questões. A sequência recomendada para uma preparação eficaz é a seguinte: Leitura (com resumo), resolução de questões e revisão constante. Esse método ajuda a fixar o conteúdo de forma mais sólida no seu cérebro.
Lembre-se, a chave para o sucesso está na consistência e na dedicação. Bons estudos!
Referências
BLANCHARD, O. Macroeconomia. – 5. ed. – São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2011.
DORNBUSCH, R.; FISCHER, S. STARTZ, R. Macroeconomia. 11ª ed. Porto Alegre: AMGH, 2013.
FROYEN, R. T. Macroeconomia. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 1999.
JONES, C. I.; VOLLRATH, D. Introdução à Teoria do Crescimento Econômico. 3. ed. – Rio de Janeiro: Elsevier, 2015.
MANKIW, G. Macroeconomia. – 8. ed. – Rio de Janeiro: LTC, 2015.
SIMONSEN, M. H.; CYSNE, R. P. Macroeconomia. 4 ed. São Paulo: Atlas, 2009.
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